24/08/2006

VIAGEM PELO AMOR...Beijinho lindo...


Era uma longa, fria e triste noite de Março...
Susana sentia-se só, aquele pequeno ser que gerara alguns anos atrás, permanecia adormecida no leito atrás de si.
Havia muitos anos já que Susana se sentia assim só, apesar de ter alguém a seu lado, incapaz de preencher os recantos secretos da sua alma.
Os interesses eram diferentes, enquanto Susana ansiava por amor, ternura, compreensão, companheirismo e partilha, aquele que escolhera para partilhar a sua vida, dividia-a entre ela, a filha, o álcool e as ganzas.
Susana vivia um estado de torpor, entre o reconhecimento de que não era feliz e a falta de coragem de por um fim áquela vida semi-miserável.
A filha, ao fim de alguns anos de agonia, aceitou finalmente que aquela não era vida para ambas.
Era o estímulo que lhe faltava, Susana ganhou coragem e fugiu, abandonou a vida que não queria para elas.
Nessa noite fria de Março, Susana navegava pele Net, procurando amizades, alguém com quem conversar. Já tinha conseguido algumas com quem conversava com regularidade, mas nessa noite não tinha ninguém.
Vagueia por uma sala do aeiou, quando um simples "h" surge, vindo do nada.
Tinham bastante em comum, a mesma profissão, e foi por aí que foram desenvolvendo a conversa.
Dia após dia, a amizade foi-se consolidando.
"h" achava que devia dar uma oportunidade ao marido, Susana dáva-lhe as suas razões. Conversavam sobre tudo um pouco, até das suas crenças religiosas, que aparentemente não eram comuns.
Falaram durante muito tempo, Susana carente, ía-se envolvendo lentamente.
Um dia olhou para dentro de si, e pensou como era possível, que alguém que considerava um bom amigo, lentamente tivesse tomado conta do seu coração.
Não sabia o que a vida lhe reservava, mas não ía ficar no torpor da dúvida, da falta de luta. A vida até aquele momento havia sido madrasta com ela e Susana iria lutar até onde lhe fosse possível.
Susana só não sabia que um dia lhe iria faltar a coragem...
Entre troca de ideias, e esta tomada de consciência Susana encontrou-se com o objecto do seu amor, num lindo dia Maio em Fátima.
Foi um dia mágico, Susana jamais o esquecerá.
O encontro de ambos, foi lindo. Conheceram-se e pareciam dois adolescentes, no auge de um grande amor, as suas mãos procuravam-se, entrelaçavam-se ávidas do calor uma da outra.
Percorreram o Santuário, rezaram ajoelhados no mesmo banco.
Susana pedia auxílio para os momentos difíceis que se avizinhavam para ela, e pedia também que fosse feliz finalmente, que aquele ajoelhado ali a seu lado rezando, também a amasse da mesma forma.
Quanta ilusão Susana!...
Talvez naquele momento a Senhora te devesse ter dado um sinal, para que percebesses, que afinal aquele não era o homem da tua vida, não era a sua "Alma Gémea".
Era só o "h", um bom amigo mesmo, quantos disparates teria deixado de cometer, ou talvez não...
Entre troca de carinhos, beijos e uma tarde de paixão, Susana soube que o amava.
Não foi capaz de concretizar o acto supremo do amor, mas soube que aquele era o seu amor.
Á noite, já cada um no seu canto, "h" dizia-lhe que tinham feito bem em travar o desejo que tinham sentido e Susana sentiu-se feliz...
O tempo foi passando, aquele amor intensificado, pensava Susana.
Um dia rumou em direcção a Lisboa, e ao seu amor.
Ía em trabalho, mas sonhava com os momentos em que ía estar livre para aquele amor.
Susana não sabía, mas afinal o amor era e continuava a ser só seu.
"h" foi atencioso, mas também um pouco frio, muito aquém do que Susana sonhara, aqueles dois dias que sonhara inolvidáveis, afinal não o foram, antes sim uma desilusão, parcos e escassos foram os momentos que estiveram juntos.
Susana regressou á sua vida, com a sensação, que o seu sonho se esfumara.
Assim foi na realidade, "h" tornou-se frio e amistoso, meigo mas sem a paixão que antes o caracterizava.
Susana passou pelos momentos difíceis porque rezou em Fátima, com a angústia no coração, sabía agora que não ía ter coragem de lutar pelo seu amor.
A sensação de se sentir algo diferente das outras mulheres, tolhía-a, tirava-lhe a coragem de perguntar os porquês.
O porquê de tanta paixão numa tarde de Maio, o porquê da frieza depois, o porquê da indiferença de agora.
Susana não era capaz, perguntar implicava reconhecer que o amava, mas também que não era amada.
Hoje pergunta-se se alguma vez irá ter coragem, e sente que não.
Fora outrora, talvez 3 anos antes e Susana iría querer e lutar pelo seu amor, hoje não...afinal pouco tem para oferecer.
Susana continua o seu caminho e permanece só.

09/08/2006

PRINCESA...



Cai a noite devagarinho,
na penumbra do meu quarto, lembro de ti.
Já fui uma princesa, agora não sei que sou.
Queria-te perto de mim, sentir teu cheiro e teu odor,
Sou louca bem sei, sonhos proibidos e esquecidos que o tempo apagou.

Quizera ser teu amor, não consegui...
pergunto-me porquê, porque não consegui,
Lutaria por aquilo que almejei, e não fui capaz
serão os sonhos somente sonhos?
meras ilusões de quem não tem mais.

Poderias ter-me dado uma restea de esperança,
e lutaria por ti, assim na ignorância, no teu esquecimento
não sou capaz,
doi-me cada vez que me dizes que sou maravilhosa,
doi-me cada silêncio infindo...
cada palavra que fica por dizer.
cada pergunta que me fica, por fazer...

08/08/2006

DIÁRIO DE MARIA


10 - Cont.

Momentos de que ainda hoje se arrepende e tem vergonha, mas também aqueles que a ensinaram como era a vida,fora das quatro paredes do seu lar.
A mãe, aquela que Maria adorava, chorava quando passava noites fora de cas, sem avisar, só para os não ouvir.
Lamentou depois, e lamenta ainda hoje aquela sua atitude cobarde.
Aprendeu o que era a maldade humana, enquanto frequentava discotecas umas atrás das outras, várias na mesma noite, noites inteiras sem dormir.
As suas companhias nestas jornadas, era a Paula H. de quem se tinha reaproximado e o Zézito, esse camaradão que Maria recorda com carinho e amizade.
Ele tinha um Fiat 127 azul escuro, neles os três faziam altas noitadas.
Neste entretanto, mais 4 anos se passaram, Tó Mané continuava a procura-la, sem se querer convencer, que fosse verdade o fim daquela relação.
Maria sentia um prazer mórbido, quando o via atrás de si.
Se ele queria assim deixá-lo andar.
Cansou-se das discotecas e das noitadas, chegou a uma altura que repensou toda a sua vida, e sentiu que nada daquilo fazia sentido.
Maria tinha 26 anos, não queria namorado, nada que tivesse a ver com o bicho homem.
Era assim que pensava e nada a faria mudar de ideias, pelo menos era o sentía na altura.
Entrou para a Escola Superior de Educação, tirava a Carta de Condução, ao mesmo tempo, parar era morrer...
Deixou a Loja de Antiguidades, porque era mal paga e queria um futuro melhor, era ambiciosa aquela miúda.
Tinha então 28 anos. Arranjou emprego numa loja de Chocolates em part - time, num shopping da cidade, para poder fazer face ás despesas.
Entretanto foi chamada por um concurso para trabalhar nos Hospitais da Universidade de Coimbra.
O emprego como Auxiliar de Acção Médica, não era grande coisa, mas permitia-lhe ganhar mais dez contos que ganhava na privada, e não exitou.
As folgas semanais permitiam-lhe frequentar as aulas, e a vida ía correndo, entre trabalho e escola.
Tó continuava a ir ter com ela e Maria iá-lhe falando, fosse por pena ou por falta de coragem de o mandar embora de vez, ou porque senti-se prazer em o ver "rastejar" atrás de si.

06/08/2006

DIVAGANDO



Hoje estou num dos meus dias de neura.
Ninguém me pergunte o que tenho, não sei ou talvez saiba.
Estive com a minha amiga sininho, e ela não estava bem.
Se ela não está eu também não o consigo estar. Levei-a á estação para ir ter com e seu amor, rumo ao Porto, fiquei com a sensação que não tinha cumprido o meu papel de amiga.
Nem sempre conseguimos chegar onde desejamos, e eu hoje amiga não consegui lá chegar.
Perdoa-me por isso.
Depois, o dia continuou e não me consegui sentir muito melhor.
Constatei que o meu amigo, estando ao pé de mim, queria levar-me para outro lado que eu não gosto, um pouco contrariada lá fui mas ele não apareceu. Talvez esteja a dar muita importância a algo que não a deve ter de certeza.
Depois para finalizar, comecei a lembrar águas passadas, a minha ida a Fátima num belo dia do mês de Abril, em que me senti uma mulher feliz.
Lembro da magia, que senti, da beleza daquela imagem a quem pedi, que me ajudasse, nos momentos dificeis que ía passar.
Nunca irei esquecer aquele dia, senti-me mulher, e que não estava sozinha.
Alguém estava comigo, alguém me dava ânimo para lutar e continuar com a minha vida.
Nunca irás saber a importância que para mim tiveste naquele dia, e nos dias que se seguiram, nos dias que estão a correr.
Nunca irás saber o quanto te amo, ou irei amar.
Vou lá voltar, claro que vou.
Agradecer áquela imagem a quem um dia pedi por auxílio, só que desta vez vou só

03/08/2006

DIÁRIO DE MARIA


9 - Cont.


Afinal aquele era o homem da sua vida, aquele a quem se entregara sem reservas nem pudores, por quem passara a vergonha de lhe saltar a janela do quarto, no lusco fusco das tardes de inverno, para estar com ele, com o temor e o receio de a mãe dele algum dia a encontrasse no quarto do filho, por quem passara pela vergonha de terem de chamar um carro de bois, para desatolar o carro, depois de uma tarde de amor, enfim aquele por quem passara a vergonha de ser apanhada pela policia, numa noite de fim de ano.
Aquele com quem cometera as maiores loucuras...Aquele deixa naquele momento de fazer parte da sua vida para sempre.
Maria olha para traz na sua vida e lembra os cinco anos da sua vida que morrem ali.
Reaproxima-se dos velhos amigos.
Paula H. era na época uma das suas melhores amigas, e dá-lhe provas disso.
Paula Maria já tinha cassdo com Pedro e tinha já um filho, a vida tinha-as afastado fisícamente, se bem que sentimentalmente a amizade continuasse.
Maria viveu momentos de desespero.
Jurou a si própria que a sua vida ía mudar radicalmente, que nunca mais iria acreditar em homem nenhum, e assim foi efectivamente.
Lutou contra o seu pai, quando este lhe dizia que não a deixava sair á noite.
Era quando ía mesmo, costumava dizer que tinha 25 anos e não ía ficar a chorar em casa por alguém que não a merecia..
Maria passou pelos momentos mais loucos da sua vida.