31/10/2007

CONT.

A Paula ficou com cara de quem não estava a perceber o porquê da minha gargalhada, e da cara de espanto do médico.
Levou a injecção e ficou por lá um pouco á espera que passa-se.
Tenho a certeza que ainda hoje o médico lembrará aquele episódio divertido no seu início de carreira, eu por mim ainda dou a minha gargalhada junto da Paula quando falamos desta MEMÓRIA .
Beijos Paula minha maluca.obrigada por me teres dado momentos como estes para lembrar
MEMÓRIAS...
-Memórias são recordações escondidas na caixinha da nossa vivência...
-Memórias são momentos que ficam para sempre no nosso sentir...
-Memórias são pedaços que ficam...para sempre no coração.
É disso que vou escrever...memórias guardadas e não esquecidas que me fazem sorrir.
Já lá vão uns anos, uma vintena deles ou talvez mais, mais certamente.
Trabalhava numa loja de antiguidades, "Velhos Tempos", o nome adequa-se ao que vou relatar, velhos tempos aqueles.
Um dia, a minha amiga Paula, aquela maluca, entrou-me pela loja dentro. Tinha um ar transtornado, dolorido, infeliz.
Perguntei o que se passava.
Respondeu-me com ar de cachorrinho abandonado, que estava num daqueles dias terríveis para as mulheres. Tinha dores insuportáveis, tinha vindo embora do emprego, só se lembrara de mim.
Afinal as amigas servem para isso também, ouvir-nos nas horas más.
Comprimidos já lhes perdera a conta e não havia meio de passarem pura e simplesmente.
Pedi-lhe para esperar, quando deram as sete horas da tarde, fechei a loja, a Paula essa, fez uma cara de alívio, saímos, encaminhando-nos para as urgências do hospital.
Nessa época, o hospital funcionava junto das faculdades, era um edifício velho e degradado, longe dos HUC de hoje.
A Paula essa gemia de dores.
Até aqui tudo normal, uma situação cmo tantas outras que levam as pessoas ás urgências do hospital.
O insólito, o hilariante da situação vem a seguir...mas não riam por favor.
Rui estás proibido de rir, se cá vieres. Prometi-te isto á muito tempo, mais vale tarde que nunca...
Paula entrou para a urgência, eu fiquei na sala de sepera, uma sala fria, inóspita e impessoal. Bancos e cadeiras de madeira, velhas e incómodas. Por ali fiquei.
A dada altura, um médico novo, aparentemente estagiário, assomou á porta.
Olhando á volta, perguntou pela acompanhante da Paula.
Levantei-me e dirigi-me a ele, disse que a minha amiga estava muito irrequieta e seria melhor ir para ao pé dela a ver se se acalmava. Só gritava pela Gina.
Lá o segui, pela urgência dentro.
Foi hilariante, divertida, suprema a imagem que se apresentou aos meus olhos.
A Paula, a minha adorável Paula, encontrava-se num banco igual ao que estivera lá fora, de madeira, duro, desagradável, só que na posição mais cómica que alguma vez pudera imaginar... ajoelhada, de rabo para o ar, gritava: tragam a minha amiga para aqui, tirem-me as dores. Fechem os olhos e imaginem...
Fui ter com ela, a minha expressão devia ser de riso, porque ela entre entre admirada e zangada, mas ao mesmo tempo aliviada dizia: até que enfim, foram buscar-te.
-Paula que estás a fazer de rabo para o ar? Perguntei quase a soltar uma gargalhada.
-Olha não me chateies, esta é a única maneira de ter menos dores. Não gostas de me ver de quatro? Paciência...
Lá e sentou decentemente ao meu lado.
O médico apareceu, dizendo que lhe íam dar uma injecção para as dores, mas que ela teria de ter mais calma, que assim ansiosa lhe doia mais, "tinha de ter calma"
A Paula, lol, com um ar indignado virou-se para o médico e perguntou:
" Calma??? Calma doutor.
Vendem comprimidos de calma na Farmácia???"
O médico olhou para ela estupefacto, eu finalmente soltei a minha gargalhada.
A aula essa