23/02/2006

HORA DE ALMOÇO


Estou aqui sozinha, na minha hora de almoço e dei comigo a abrir o meu blog, onde já não escrevo á muito tempo, seja por falta de inspiração, seja porque a minha vida está a levar um rumo inesperado por mim e tenha tanto para dizer que talvez não consiga e as ideias se atropelem.
Tudo na vida de uma pessoa, surge por um motivo qualquer, por uma razão consciente ou não que nos leva a fazer ou agir de dada forma.
Influenciada por um amigo, criei este blog, lembro que nesse dia foi uma luta porque não percebia nada de blogs, e não conseguia cria-lo. Quando me pediram um nome para ele pensei e agora...Lembrei-me do sozinha na ilha, porque era como inconscientemente me sentia de facto.
Sozinha, muito sozinha. Com um mundo de gente á minha volta, mas de facto só porque algo faltava na minha vida.
Amigos não era, tinha poucos mas bons, que como costumo a afirmar é a medida certa. Trabalho tinha, uma filha adorável também.
Pensava eu que tinha tudo para ser feliz, mas acho que não, aliás acho não tenho agora a certeza.
Depois pedem-me uma palavra passe, mas quando fui para abrir o blog, algo tinha falhado, lá fui eu chatear o meu amigo inspirador, mas ele não me podia, nem conseguia ajudar.
Assim sendo, tinha que me safar sozinha... e depois de muitas tentativas, e não me perguntem como nem porquê, consegui entrar nele com o endereço de andandonaareia...e aí surge-me uma nova pergunta porquê este, podia se Maria
Ricardina ou afins.
Neste momento vejo que tem tudo a ver comigo.
Uma das coisas que sempre adorei foi ir á praia, não no verão como a maioria das pessoas, mas no inverno quando está sem ninguem, transmite-me paz, calma, tranquilidade, adoro ouvir o bater das ondas, sem a algazarra de pessoas a conversar, de miúdos a grita, enfim em paz., mas adoro também passear á beira mar, nessas alturas, caminhando sem destino como que procurando o meu...
Por isso concluo, que sentindo-me tão só, procurava o meu caminho.
Acho, mas acho mesmo, que hoje me está a dar para a nostalgia.
E posso afirmar, que estou a tentar encontrá-lo, quem sabe um dia destes não mudo, e deixo "andandonaareia" e passo a "finalmenteempaz"
Gina

02/02/2006

"DOLCE VITA" - Mais vale...


Há dias enquanto fazia horas para ir buscar a minha filha á escola, resolvi ir tomar um café a um shopping novo que abriu aqui em Coimbra.
Até o nome do shopping se torna caricato no relato que vou fazer e nas minhas considerações sobre ele. "DOLCE VITA".
Fui buscar o meu cafézito e sentei-me numa mesa a ler uma revista qualquer que tinha comprado momentos antes, para me ajudar a passar o tempo.
Ao meu lado porém, numa mesa estavam duas senhoras mais ou menos para a minha idade, não eram parecidas mas via-se que eram irmãs, pela forma como se tratavam.
Uma delas, de cabelo curto e encaracolado, lamentava-se, ou desabafava, pela vida que levava em casa, pela sua falta de coragem de levar por diante, algo que lhe fervilhava na cabeça havia algum tempo: "Mandar tudo ás urtigas e seguir em frente só com a sua filhota".
Aquela conversa tornava-se bem mais interessante que a minha revista. Que me perdoem as duas senhoras.
Era uma conversa banal, que ouvimos quase diáriamente, mas o que me surpreendeu, foi a resposta da suposta irmã: "Olha para mim rapariga! Mais vale um dia de felicidade, que um mês de sofrimento. Eu sou o exemplo disso mesmo"
Aquela frase mexeu comigo.
Era indiscutível que dor e sofrimento são impensáveis, não há ser humano que aguente, assim sendo, há que acabar com as amarras e seguir em frente, libertarmo-nos do objecto da nossa dor e seguir em frente.
Isto ninguém dúvida, penso eu, só é necessário que as pessoas tenham consciência disso e tenham coragem para andar para a frente.
Agora a 2ª parte daquela afirmação, realmente baralhou-me:" Mais vale um dia de felicidade"
Visto da forma como foi dito, é indiscutívelmente verdade.
Foram embora as duas, continuando aquele diálogo, a mim apetecia-me segui-las, entrar naquela conversa, que não me dizia respeito, mas estava estava a mexer com os meus pensamentos, e o meu sentir.
Permaneci quieta com os meus pensamentos.
O que é válido para alguém pode não ser para mim, ou para todos.
Ser infeliz é algo que ninguém deseja para si, um mês de 30 dias, são muitos dias de infelicidade.Um dia de felicidade são 29 de infelicidade, até aí menos mal.
Mas nós seres humanos, pela nossa própria condição, somos uns eternos insatisfeitos, perguntava-me se depois de conhecermos um dia de felicidade, no meio de 30, nos vamos contentar, se vamos ficar satisfeitos e acomodados.
Pensei para com os meus botões, aquela senhora não deixava de ter uma certa razão. Mais vale um que nenhum, mas por outro lado, será que mais dia, menos dia, aquele dia de felicidade não voltaria a ser mais um de infelicidade, quando só um já não bastasse.
Ainda hoje me debato com este pensamento.
Ainda hoje não consegui encontrar resposta para aquele embróglio...
Afinal de uma coisa tenho a certeza.
Nem sempre o que é válido e aceitável para uma pessoa o será para uma multidaõ....
E tenho a certeza também que quero ser feliz todos os dias da minha vida, porque a isso tenho direito.