25/05/2006

DIÁRIO DE MARIA


7 - Já não é adolescente

O pai de Maria, continuava intransigente, não a deixava sair.
Tó Mané ía a sua casa e por lá namoravam á noite. Durante o dia, tirava todos os bocadinhos que podia para estar com ele. Vivia em função daquele amor e quase obcecada, por ele.
Tó Mané era egoísta, demonstrou-lho quando lhe disse que achava que os seus pais deviam deserdar a irmã Ana por ela ser mãe solteira, quando não se preocupava com o prazer de Maria e depois lhe atirava á cara de que era frígida, e em tantas outras ocasiões.
Maria hoje sabe, que não era verdade, mas na altura, vivia com aquele medo, aquela dor.
Nunca conhecera outro homem na intimidade e tomava como verdadeiras as suas palavras.
Julgava-se frígida efectivamente. Hoje sabe reconhecer os motivos que a levavam a não sentir prazer, mas na época vivia complexada.
Aos 4 anos de namoro, a mãe de Tó, acabou por aceitar, começou a achar que não havia nada a fazer, ou então mudou de estratégia, o que é certo é que passou a frequentar esporádicamente a casa.
Não se sentía lá bem, pelo que também não insistía em a frequentar assíduamente.
Tó entretanto cada vez frequentava menos a sua, e quando Maria o questionava por isso, desculpava-se com as Frequências e os Exames.
Maria sentía que algo não estava bem. Os colegas dele, ou para a avisarem, ou para a picarem, avisavam-na para ter cuidado com as miúdas. Quando o confontava com isso, dizia-lhe que era tola, que não havia ninguém, que podiam ir pensando no casamento e Maria ía sonhando.
Intímamente, sabia que havia algo de verdade no que os colegas dele lhe diziam, sentia-o no seu coração, e ele negava, negava, negava...
Voltando aos seus 18 anos, Maria achou que estava na altura de mudar a sua vida, começou a trabalhar em Part-Time numa loja de Antiguidades, fazia o período da manhã.
O emprego ficou a devê-lo a uma boa amiga que lá trabalhava, a Fátima Nunes, que na época adoeceu, Síndrome de Down, e que veio a falecer dois anos mais tarde, legando-lhe o seu lugar.
Maria aproveitou o emprego, e resolveu acabar o 10º e o 11º, num colégio, onde podia fazer os dois anos num. Foi dos maiores desafios que teve.
Recebia 5 contos, pagava o colégio, o passe e ficava com 5 escudos que costumava dizer eram para os rebuçados, com um sorriso nos lábios, porque era feliz contribuindo para o seu futuro. Longe íam os dias em que queria ser empregada doméstica.
A mãe continuava a dar-lhe dinheiro para as despesas correntes, mas ela sentía-se feliz.
Essa responsabilidade fez-lhe bem, porque conseguiu fazer os dois anos em um com todas as disciplinas.
Foi um ano duro, até porque entretanto, ficou a trabalhar a tempo inteiro na loja de Antiguidades.
Adorava o seu trabalho, dava-lhe um gozo enorme, lidar com todas aquelas velharias.
Cada dia aprendia algo de novo, sobre antiguidades.
A vida corria-lhe bem.

12/05/2006

DIÁRIO DE MARIA


6 - Adolescência (Cont.)


Paula encontrou novos amigos, colegas de turma e Maria também.
Da sua passagem pelo 10º e 11º, ficaram alguns amigos que perduram ainda hoje, a Rosa Paula, o Pedro, o João que veio a falecer de acidente de automóvel, quando ainda estudavam e a Paula H. essa doidona, amiga do peito, que após longos anos de ausência se reaproximou e continua aquela amigona, doidona de outros tempos.
Maria, tinha uma tendência incrivel para as Paulas, também esta teve uma influência tremenda na sua vida. Foi aquela amiga do peito que necessitava quando a outra tomava novos rumos, e lutava pelo seu futuro.
Influênciada por Paula H. que acabou por desistir dos estudos e começou a trabalhar na biblioteca de Espanhol da Faculdade de Letras, tirou um curso de Técnica de Bad. que hoje é a sua profissão.
Com 18 anos tinhao 11º incompleto, faltavam-lhe duas cadeiras para o terminar.
Sentiu que tinha de dar um novo rumo á sua vida. Era um fardo para os seus pais e não gostava de o sentir.
Paula (a advogada) apresentou-lhe um vizinho, que veio a tornar-se seu namorado e um caso sério na sua vida.
Tó Mané, estudava Engenharia Mecânica na FCTUC, era 3 anos mais velho e também não gostava de estudar. passeava os livros, andava sempre pendurado em Maria e fazia-a sentir-se importante, até certa altura. Tinha uma Suzuki 125 que era na altura uma boa moto, em que davam grandes passeios.
Maria apaixonou-se perdidamente, para ela existia Deus no céu e o Tó Mané na terra.
Foi o primeiro homem na sua vida e também a sua grande desilusão.
Ele era completamente manipulado pela mãe, e esta não queria aquele namoro, queria que o filho namorasse, uma menina rica da freguesia e Maria vivia remediadamente, tinham a casa onde viviam, mas não era filha de gente rica e de boas familias, como a mãe dele costumava dizer, para além disso não andava na Universidade.
Aquele namoro durou 5 anos. Tó Mané, nunca acabou o curso.
Pobre mãe, que desilusão, afinal ela que sonhava tão alto, nem no filho, viu realizado os seus sonhos.
Também não casou com a menina rica, pobre senhora...
Costuma dizer-se que Deus escreve direito por linhas tortas, e parece-me que foi mesmo o que aconteceu.
Justiça lhe seja feita, não foi ela a culpada do fracasso daquele namoro, pelo menos directamente.

09/05/2006

AMIGOS
A vida prega-nos grandes partidas.
Umas são fáceis de ultrapassar outras não mas de uma coisa tenho a certeza, todas elas servem para nos ajudar a crescer, e a tornar-nos cada vez mais fortes.
Nestas alturas verificamos que os amigos tem uma importância insubstituível nas nossas vidas.
Estão lá, quando precisamos de uma palavra de carinho, e de conforto, e mesmo para nos fazer ver quando estamos errados e esses sim são os amigos puros e verdadeiros. Ou não estão simplesmente, e então não valem a pena.
A todos aqueles que sendo ou mesmo não sendo tem estado comigo em horas menos boas vou agradecer e dizer o meu muito obrigado por estarem aí.
Só vos posso dizer que não vou nunca, mas nunca baixar as armas ou dar-me nunca por derrotada, e não vos vou defraudar, porque dos fracos não reza a história e eu quero ter a minha para contar durante muito tempo.

04/05/2006

Á LAIA DE PEDIDO DE DESCULPAS...

Na semana passada apaguei um post.
"Maria teve um sonho..."


A nossa vida, a nossa realidade é povoada de sonhos.
Uns são sonhos lindos, outros nem por isso, uns são sonhos reais outros pesadelos, outros são sonhos verdadeiros, outros são sonhos só.
Sonhou que tinha um Lance, que fazia parte da sua realidade, que a fazia feliz, porque existia e estava ali, mas não passou de um sonho só, e como tal deve ser apagado da memória, e da lembrança de Maria.
Ao longo da sua vida, Maria teve alguns sonhos. O mais importante, durou varios anos, por este Maria luta infinitamente porque permaneça na sua memória, por aquilo que teve de bom, e em função do que lhe deixou...tem um nome e não pode ser esquecido.
Este último, de tão fugaz e repentino, de tão ilusório e mentiroso, deve ficar para sempre, numa caixa fechado.
Trancado para que a sua vida tenha rumo e norte, e permita que os seus passos sejam dados rumo a uma vida feliz.
Perdoem-me se o fiz, mas Mario pediu-mo e sou-lhe fiel.

03/05/2006

PASSEANDO CONTIGO....


Momentos de loucura...
Momentos de ternura,
Sonhos alcançados, desejos de paz.

Por aquilo que vivi,
Jamais me vou arrepender.
Foste o anjo no meu caminho,
O meu momento de paixão...

Passarão dias, meses e anos.
Este dia jamais esquecerei.
Senti um turbilhão de sentimentos,
Que julgava já não ser capaz.

Poesia não sei escrever...Só escrevi o que senti.