07/06/2006

DIÁRIO DE MARIA


8 - Cont.

Maria passou para o 12º ano, foi frequentá-lo no Liceu José Falcão á noite.
O tempo era pouco para estar com Tó Mané, e ele distanciava-se. Já não podia ir ter com ele á faculdade, porque trabalhava de dia e estudava á noite. Ao fim de semana dava-lhe desculpas para não se demorar, as frequências pagavam sempre.
Um dia entrou-lhe pela loja dentro, uma senhora mais velha que ela uns 6 anos, queria falar-lhe!...
Dizia-lhe que já á algum tempo que namorava com Tó Mané, e que lhe haviam dito que ele tinha uma namorada há alguns anos.
Sentiu uma dor tremenda no peito, as suas dúvidas confirmavam-se.
Afinal a colega de que lhe falava e com quem ía estudar matemática, para justificar o que os amigos lhe diziam, não era mais de que uma viúva, com um filho de 5 anos, e que nem sequer andava na faculdade.
Era-lhe indiferente o estatuto da dita senhora.
Maria ficou revoltada, não só pelo engano, pela traição, mas sobretudo pela mentira...
Ficou de falar com a senhora mais tarde.
Quando chegou, perguntou-lhe directamente se tinha outra.
Tó chamou-lhe tola, que só a tinha a ela, que íam casar.
Doeu-lhe o coração, sentía que aquilo não ía ser verdade, se depois de fazer o que a sua alma engendrava, concluísse que lhe mentia, era o fim.
Tó foi embora, certamente para os braços da Matemática.
Maria, ligou para a senhora.
Nessa noite faltou ás aulas, a senhora morava duas ruas ao lado do liceu que frequentava.
Maria, bateu á porta, e foi levada para uma sala impessoal, toda ela tremia.
A esperança de não ser verdade, lutava contra a quase certeza de o ser.
Aguardava firme.
Passado algum tempo, não muito, alguém bateu á porta, o coração deu-lhe um salto no peito.
Foram os minutos mais longos da sua vida, entraram na sala, Tó abraçando a senhora, beijando-a na face.
Ficou petrificado, incrédulo quando a viu...
Maria, com uma tristeza imensa, em si, só conseguiu perguntar-lhe:
"- E agora, ainda sou doida, ainda é mentira?"
Saíu porta fora desesperada. Chorou amargamente.
Fez o caminho de regresso até ao autocarro, 4 km a pé, em que não sabía por onde ía, em que não via, nada nem ninguém.
Tó veio atrás de si, implorava-lhe que subisse para a mota, mas ela nem o ouvia, tal era o desespero.

8 comentários:

Rui disse...

Ah, esta rapariga...

Rui disse...

Não podias estar mais enganada, amiga. Se há coisa que me deixa contente é lê-la.

Unknown disse...

E se me lembro do teu sofrimento.......

Anónimo disse...

Venha o próximo capitulo :)

Beijo

Unknown disse...

Eu tenho um esclarecimento para fazer: tenho andado enganada entre a autora do blog e a Maria, desde já peço as maiores desculpas.

Gina disse...

Sininho!!!

Por mais ke te ensine não aprendes caraças, meteste o pé na argola outra vez ehehehehe

Unknown disse...

Sou tótó carago

Maria Liberdade disse...

Qu história horrivel. Espero que ela tenha o bom senso de não lhe perdorar. Quem trai uma vez trai a segunda...