06/12/2005

Férias


Maria sentia-se cansada. Foi de férias.
Disse-me, que precisava de uns dias só para ela.
O destino das férias, uma ilha que possui, ninguém sabe onde, algures nesse mundo, mas que é só sua.
De vez em quando, Maria isola-se, adora ir para a sua ilha e fazer o que lhe apetece.
Construíu uma cabana, que é o seu refugio. Adora passear com passos calmos, estender-se na areia e olhar o céu, de um azul límpido, que no horizonte, se junta o mar. Só na sua ilha Maria sente paz, o bater das ondas na areia, o barulho das gaivotas, dá-lhe tudo o que a vida lhe tem negado, calma, sossego, felicidade.
Á noite, saía da cabana, deitava-se na areia e olhava o céu, as estrelas, em cada uma sentia a companhia de um amigo, adorava imaginar que cada uma era um e dáva-lhes os seus nomes.
De vez em quando Maria mostrava a sua ilha aos amigos mais chegados, entre os os quais eu. Deliciei-me a olhar para aquela paisagem.
Perguntei-me como era possível alguém ter um local tão lindo, tão cheio de paz onde se refugiar, senti inveja.
Era o seu porto seguro, dizia-me.
Confiava que ninguém conseguia lá chegar, pois ninguém conhecia o caminho, entre ela e o mundo existia o mar imenso, difícil de transpor.
Um dia alguém a seguiu, sem que desse por ela, devagarinho, lentamente, foi invadindo o seu espaço.
Maria sentiu a ameaça pairar no ar. Que faria agora? Continua a sentir-se só, mas de vez em quando uma luz, forte aparece no seu horizonte.
Ainda hoje não sabe a resposta, por isso foi de férias, precisa de por as ideias no lugar.
Disse-me que quando voltar, vai trazer as ideias no lugar.
Espero que sim amiga....
Boas férias, descansa...

2 comentários:

Rui disse...

E as ideias, foram ao lugar?

Gina disse...

As ideias, por vezes estão lá, mas custam a sair e tomar forma.
De uma coisa ela tem a certeza, algo vai mudar...